Manifestação em frente ao TRF1, em Brasília, reuniu Auditores-Fiscais para protestar contra a liberdade de mandantes e intermediários do crime, já julgados e condenados
![]() |
Sinait solta 13 mil balões para marcar protesto em Brasília (FOTO: Sinait) |
Dirigentes do Sinait e Auditores-Fiscais do Trabalho de todo o Brasil exigiram a prisão dos mandantes da Chacina de Unaí, nesta quarta-feira, 25 de janeiro, em ato público realizado em frente ao prédio sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília (DF). Os mandantes e os intermediários, apesar de condenados – somando mais de 350 anos de reclusão –, impetraram recursos contra as sentenças recebidas e aguardam a decisão em liberdade, por serem réus primários. Os mandantes continuam livres, após 13 anos da morte dos Auditores-Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Lage e Nelson José da Silva, e do motorista Ailton Pereira de Oliveira.
![]() |
Dirigentes do Sinait e Auditores-Fiscais exigem
prisão dos mandantes da Chacina de Unaí (FOTO: Cristiano Eduardo) |
De acordo com o presidente do Sinait, Carlos Silva, os Auditores-Fiscais do Trabalho continuam protestando por justiça. “Clamamos por aqueles que morreram pelo Estado brasileiro. Eles foram brutalmente assassinados há 13 anos, defendendo trabalhadores. Estamos aqui para não deixar cair no esquecimento a morte desses colegas”.
Ele relembrou que os Auditores-Fiscais foram mortos ao tentar resgatar trabalhadores de situações aviltantes. “Eles foram assassinados porque lutavam para levar dignidade aos trabalhadores”. Segundo ele, infelizmente a categoria marca mais um ano pedindo justiça e lutando contra a impunidade.
O presidente do Sinait ainda enfatizou, durante o ato público, que os mandantes da Chacina de Unaí não atacaram apenas as famílias dos colegas, eles atentaram contra o Estado brasileiro e foram contra a ordem promovida pela Constituição. “Vamos continuar lutando até que todos os envolvidos estejam presos cumprindo as penas. A luta continua e não vamos desistir até conseguir que a justiça seja feita”.
![]() |
Carlos Silva exige a prisão dos mandantes da Chacina de Unaí (FOTO: Sinait) |
Longa batalha
A vice-presidente do Sinait, Rosa Maria Campos Jorge, reforçou a fala do presidente ao dizer que os Auditores-Fiscais do Trabalho foram mortos porque ousaram cumprir a sua missão à risca. “Eles receberam sérias denúncias de que trabalhadores estavam sendo duramente explorados”.
Ela ainda relembrou, com muita emoção, momentos do julgamento dos mandantes em Belo Horizonte (MG). “Acompanhamos o processo em Belo Horizonte e vimos o escárnio com que a vida dos nossos colegas foi tratada. A gravação dizia que os executores foram pagos para matar o Nelson, mas, quando identificaram mais fiscais na operação, os mandantes sugeriram uma liquidação e mandaram matar todos”.
Segundo Rosa Jorge, as provas do julgamento foram contundentes, no entanto, em razão do poder econômico dos mandantes, os recursos protelatórios parecem infinitos. “Os executores e os mandantes foram julgados e condenados porque o Sinait e os Auditores-Fiscais de todo o país estão numa longa batalha para conseguir fazer justiça. A luta não acabou e vamos continuar batalhando até que eles cumpram a pena na cadeia”.
Durante o ato, Auditores-Fiscais do Trabalho e representantes de entidades pronunciaram-se a respeito do crime e seu significado para o Estado, a Auditoria-Fiscal do Trabalho e a sociedade.
Treze mil balões pretos foram soltos em frente ao prédio do TRF1 para marcar os treze anos de luta de familiares, amigos e Auditores-Fiscais do Trabalho em busca de Justiça.
Justiça
![]() |
Este crime não pode ficar impune! (FOTO: Sinait) |
O Sinait continua pedindo justiça e protesta há mais de um ano contra os recursos protelatórios dos mandantes e intermediários já condenados. Durante o ato o presidente do Sinait, Carlos Silva, a vice-presidente da entidade Rosa Maria Campos Jorge, e as três viúvas dos Auditores-Fiscais Marinês Laia, Genir Lage e Helba Soares reuniram-se com o presidente do TRF1, Hilton Queiroz, e pediram celeridade na apreciação dos recursos (veja matéria no site do Sinait).
FONTE: Assessoria de imprensa do Sinait
25.1.17
Compartilhar:
0 comentários: