![]() |
O lançamento da semana ocorreu na sede da SRTE/MT, no bairro Porto, em Cuiabá, na presença de auditores-fiscais do trabalho, público e parceiros. (Foto: Nei Alexandre) |
Quem procura trabalho, não pode encontrar
escravidão”. Esse é o mote da Semana
Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo aberta na última segunda-feira (29), em
Cuiabá, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso
(SRT/MT). Até o dia 2 de fevereiro, várias ações serão desenvolvidas com o
objetivo de lembrar que essa prática criminosa coloca o estado em posição de
destaque: dos 404 trabalhadores resgatados em 2017, 78 deles estavam em terras
mato-grossenses, pouco mais de 19% do total.
O lançamento da semana
ocorreu na sede da SRTE/MT, no bairro Porto, em Cuiabá, na presença de
auditores-fiscais do trabalho, público e parceiros. Sua programação prevê
palestras, ações, lançamento de uma biblioteca comunitária e atividades em
rodovias federais que cortam Mato Grosso.
![]() |
As atividades da semana giram em torno de uma maior conscientização da sociedade em repelir esta prática, fazendo denúncias junto às autoridades competentes. (Foto: Nei Alexandre) |
“O trabalho escravo contemporâneo
não tem correntes nos pés, mas ainda apresenta graves ofensas à dignidade do
trabalhador. Enquanto estamos aqui lançando as atividades da semana, alguém em
algum lugar tem impedido o seu direito de ir e vir porque alguém acha que essa
pessoa só tem obrigações e não direitos”, afirmou o superintendente da SRTE/MT,
Amarildo Borges de Oliveira.
Dados da Divisão de
Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae) comprovam a
liderança de Mato Grosso entre os estados brasileiros com o maior número de
resgatados em situação semelhante à escravidão no país. Grande parte dos
resgates ocorridos em 2017 foi de atividades relacionadas ao agronegócio, o
setor produtivo que mais projeta economicamente Mato Grosso, mas há outros
setores que também contribuem para esta triste estatística.
De acordo com o delegado
sindical em Mato Grosso do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho
(DSMT Sinait), Valdiney Arruda, que coordena a campanha em nível estadual, as
atividades da semana giram em torno de uma maior conscientização da sociedade
em repelir esta prática, fazendo denúncias junto às autoridades competentes.
![]() |
Apesar da queda no número de operações fiscais, MT foi o que mais registrou resgates no país: 78 dos 404 no país. (Foto: DSMT) |
“Queremos que a população
não perca a capacidade de indignação. As denúncias podem ser feitas diretamente
a SRTE/MT (Ministério do Trabalho) – quando houver -, no Ministério Público do
Trabalho, na Delegacia de Polícia Civil, nos sindicatos de trabalhadores, na Polícia
militar, na PRF ou no Disque 100 (Direitos Humanos). A identidade do
denunciante será mantida no mais absoluto sigilo”, completa.
Dos R$ 2,2 milhões pagos
pelos empregadores a título de indenização diretamente aos trabalhadores, em
2017, R$ 503 mil foram de Mato Grosso, como resultado de 12 operações fiscais
em 27 fiscalizações.
![]() |
Atividades da semana prosseguem até dia 2 de fevereiro. (Foto: DSMT) |
Atividades
Durante o lançamento da
Semana Nacional em Cuiabá, a DSMT Sinait lembrou do assassinato dos
auditores-fiscais do Trabalho Erastóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista
Soares Lage e Nelson José da Silva e do motorista Ailton Pereira de Oliveira,
mortos no 28 de janeiro de 2004, durante vistoria a fazendas na zona rural de
Unaí, interior de Minas Gerais, no episódio que ficou conhecido com “Chacina de
Unaí”. Valdiney Arruda lembrou dos desafios da profissão e das ameaças e intimidações
que os auditores-fiscais do trabalho estão submetidos no cumprimento dos seus
deveres.
Fonte: Anderson Pinho/Assessoria DSMT Sinait
31.1.18
Compartilhar:
0 comentários: